sábado, 14 de julho de 2012

23º Capítulo de Lembranças Amadas

Vigésimo Terceiro Capítulo



            Antes de dar uma nova chance ao meu amor com James, podia jurar que havia sentido o cheiro de Jason. Porém, era óbvio que o vampiro loiro nunca me alcançaria ali. Pelo menos, os Juges e Nate nunca o deixaria passar da entrada do bosque.
            -Você está tão quietinha – disse James, enquanto eu regava algumas flores. Era bom estar em contato com as plantas novamente, como ocorria no cemitério. Sabia que não era mais uma Ners, mas ainda gostava de me sentir parte da natureza. Isso devia prestar para algo.
            -Eu só estou pensando no que Lilá disse – tentei não me preocupar, mas só a ideia de estar doente mesmo sendo vampira me apavorava – As memórias estão me destruindo, James. Meu corpo vampiro foi feito para esquecer tudo que a parte Ners viveu. Porém, minhas lembranças estão insistindo em voltar e isso poderá me matar. Só para você saber, eu desmaiei quando descobri seu nome!
            -Nós iremos arranjar uma cura para essa doença. E você sabe que não precisa lembrar do nosso passado. Nós podemos começar tudo do zero – tranquilizou-me o vampiro ao me abraçar. Era tão bom estar nos braços de James novamente, mas meu coração agora temia que mais lembranças se ativassem e eu fosse obrigada a sofrer a doença que tomava meu corpo.
             O sol já se punha quando decidimos voltar para minha casa. Fui obrigada por Lilá a tomar mais uma embalagem de sangue, pois ela afirmava com todas as forças que quanto mais bem alimentada eu estivesse, menos a doença seria capaz de me matar.
            James e August também tomaram seus próprios copos de sangue, conversando sobre como disfarçariam minha volta. Os jornalistas viviam indo à casa dos Juges e das Sern em busca de informações que pudessem rendê-los uma primeira página. Todos queriam se aproximar do meu desaparecimento, mas agora eu já estava de volta.
            -Não adianta colocarmos Bianca de volta à escola. Todos cairiam em cima dela e descobririam que ela não se lembra de coisas básicas sobre sua vida – relembrou James – Seria um suicídio. Não demoraria para alguém perceber que ela está diferente, que está como nós. E rapidamente seríamos entregues como seres sobrenaturais.
            -Filho, não vivemos no século XVI. Ninguém vai sequer pensar em vampiros quando ver Bianca com essa pele branca. Mas os jornalistas mostrariam o rosto de Bia por todo o país e ela ficaria marcada por muito tempo. Imagine daqui 20 anos alguém reconhecê-la? Aí sim seria perigoso para nossa espécie – constatou August.
            Deixei os dois conversando sobre meu futuro, já sabendo que não havia o porquê de contrariá-los. Eles iriam sempre me proteger de tudo e de todos. Antes de me deitar, fui até o quarto de minha mãe.
            Ela estava sentada em frente a uma escrivaninha. Seus dedos hábeis moviam-se sobre o teclado de um netbook. Aproximei-me silenciosamente, a fim de descobrir o que ela tanto lia e escrevia.
            -Estou procurando sobre você, filha – surpreendeu-me Madi, virando-se para mim exatamente quando me aproximei de suas costas. – Como você...?
            -Sou uma Ners, esqueceu? – brincou minha mãe, rindo. Ela rapidamente se afastou do computador, permitindo-me ver o que havia em sua tela. A notícia era clara e preocupante:
            Bianca Sern é vista em rua escura nos braços de zelador do cemitério. Aparentemente, a mulher atrás dos dois é a acompanhante do homem. Os dois já estão sendo procurados pela polícia graças ao desaparecimento de um corpo enterrado no cemitério e agora são claros suspeitos das mortes ocorridas nos últimos tempos e também do sumiço de Bianca.
            -Mas eles não têm nada a ver com isso! – gritei, imaginando como seria horrível ver a pequena Camile sendo procurada pela polícia. Ela e Jason não tinham culpa por terem me salvado! Os dois haviam sido gentis e eu destruíra suas vidas.
            -Eu sei que não, filha. Mas esse jornal não sabe – disse minha mãe – E eles irão querer mais informações sobre seu caso.
            -Como eles conseguiriam saber sobre mim? Não saio de casa, nem mesmo para caçar! – afirmei ainda pensando nos Moure. Ambos haviam se metido em uma encrenca que não os pertenciam.
            -Exatamente. Eles virão até aqui.
Escrito por StarGirlie.

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