terça-feira, 17 de abril de 2012

32º Capítulo de Sempre Um Começo

Trigésimo Segundo Capítulo
Aline


                Talvez a ideia de ter ligado para Cecilia não tivesse sido ruim. Tudo bem que não fora lá um grande processo. A garota estava cheia de condições e “poréns”, mas eu aguentaria tudo para que meu plano contra Luisa fosse bem-sucedida. Mesmo que isso me obrigasse a me unir contra minha segunda pior inimiga.
                Enquanto subia as escadas para minha sala, acabei tropeçando em alguém. Desculpei-me apressadamente, mas parece que a pessoa não estava disposta a ser educada. – Ora, ora, a Loira Louca atrasada – meu sorriso sumiu imediatamente. Quem fazia a piadinha era minha ex-paixão platônica, Paolo.
                -Olá, diretor Paolo – respondi, controlando meus instintos para chamá-lo apenas pelo primeiro nome e rir de sua beleza tão presente. Aquele ali não era mais o nosso professor de Português como eu também não era mais a aluna tímida que mentia para fugir das aulas.
                Paolo examinou o perímetro, dando uma bronca aqui outra ali, antes de finalmente voltar sua atenção a mim. – Posso saber por que a senhorita está – ele checou o relógio – quinze minutos atrasada?
                Eu sabia mentir muito melhor que isso, mas parecia-me um esforço inútil tentar lutar contra a má educação que o novo diretor exalava. Já havia visto o que ele fizera com Cecilia alguns minutos atrás. Deixá-la machucada foi a gota d’água. – Problemas femininos.
                 Ele deu uma risada, que, por um breve momento, recuperou aqueles momentos antigos. Meu coração parou. Paolo ainda tinha o olhar mais lindo de todos e, sob toda aquela nova maldade, ainda era o mesmo. – Está bem, hoje eu deixo passar isso. Mas você sabe que agora não é mais importante que ninguém.
                -Está bem – respondi com a carinha de santa mais doce que arranjei. O meu plano de ser a Boa Aline ainda não havia acabado. Na verdade, estava apenas começando. E Paolo seria um ótimo teste para saber se funcionava.
                Aproximei-me de minha sala quando ele segurou minha mão. Seus olhos escuros, sua pele clara, suas bochechas rosadas, seus cachos castanhos: tudo se destacava em minha mente. – Lembre-se, Ali: você ainda está aí em algum lugar. Não se perca.
                Corei, percebendo que meu amor por Paolo nunca acabara. Não importava o quanto ficasse com Vinicius ou quanto me divertisse com qualquer outro. Meu ex-professor de Português era o único capaz de me fazer feliz.
                -E agora, vai lá. Não vai querer conhecer a nova professora que vai me substituir? – meu queixo caiu. Tinha me esquecido que não seria mais o lindo professor que ensinaria transitividade verbal e todas aquelas parafernálias, que enchiam meu caderno.
                Afastei-me de seu toque. – Sim, sim. Estou muito ansiosa! – segurei a maçaneta da porta e tentei não imaginar como estaria o rosto de quem amava. Paolo era capaz de me fazer desistir de todo o plano maligno. Eu só queria poder estar em seus braços, escutar sua voz em meu ouvido. Só queria ser amada.
                Dei três batidinhas na porta e me surpreendi quando uma mulher de cabelos castanhos, um tanto ruivos, a abriu para mim. – Bom dia, srta... Wodi, certo? – confirmei com a cabeça – Ouvi falar bastante de você. Meu nome é Melissa.
                Cumprimentei-a e corri para meu lugar. Cecilia parecia nervosa do outro lado da sala. Algo me dizia que ela conhecia aquela mulher. Será possível que fossem parentes? Ou será que era apenas uma ex-professora? Acreditava que os dois palpites estavam errados.
                Apesar de meu plano de ser boazinha continuar, ele não incluía a proibição do uso de celulares na sala. Minha mãe estava pouco se lixando para isso e me manter informada dos acontecimentos do colégio era uma dianteira que eu precisava bastante ultimamente.
                Enquanto a professora tentava recuperar a matéria que se atrasou com a saída de Paolo, decidi perguntar a Cecilia quem era aquela mulher. Podia muito bem pedir para Vinicius, que estava entre nós duas, para que passasse um bilhete. Mas as mensagens claramente eram um meio mais rápido. E mais privado.
                “Qm é essa?” mandei para minha nova aliada, pensando se a garota teria coragem de responder uma mensagem minha em frente ao seu Amor e a nova professora. Quando meu celular vibrou, percebi que subestimei demais Ceci.
                “A mãe de meu melhor amigo” dizia a resposta, mas, antes que me decepcionasse, outras duas chegaram. “Que morava a quilômetros daqui”. “E que é a ex-mulher de Paolo”.
                O ar faltou em meus pulmões. Paolo havia se casado? Ele tinha tido um filho com aquela mulher que agora seria minha professora? Será possível que além de ter arranjado uma nova pessoa para ensinar Português, meu amado teria arranjado uma nova concorrente para mim?
                Bastou um olhar daquela mulher de cabelos castanhos para que a resposta viesse: sim, uma nova rival havia entrado no jogo.

Escrito por StarGirlie.

2 comentários:

  1. Muito obrigada, Wanessa (: Já estou seguindo seu blog também! Beijinhos, StarGirlie.

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  2. Me desculpe por não ler a novela... Também ando estudando muito e nem entro mais direito no "mundo dos blogs". Mande um beijo para Babi, estou morrendo de saudades dela também!
    Qualquer dia desses, visita meu blog... Tô tentando dar uma atualizada enquanto por causa dos estudos da Babi...
    Beijos...

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