terça-feira, 6 de março de 2012

2º Capítulo de Sempre Um Começo

Segundo Capítulo
Aline




                Nunca havia visto o colégio daquela maneira. A discussão de Vinicius e Felipe elevara a relação proibida das turmas a outro nível. Até mesmo Fábio ficara com medo de se aproximar de mim depois do escândalo com a diretora. Ninguém nunca havia enfrentado diretamente a escola como aqueles dois. E tudo por causa da ridícula Cecilia.
                Pelo menos, teve um lado bom. Professor Paolo interferiu na briga e depois veio conversar comigo, perguntando se eu era amiga de Cecilia ou de Vinicius. Respondi claramente que não. O garoto podia ser até muito bonito, mas ele era propriedade de Luisa e eu sabia os meus limites. Fábio, Vini e Fe pertenciam a Luh. O resto podia ser meu.
                E o resto incluía Paolo. O deus grego que eu podia chamar de Professor de Língua Portuguesa. Ah, fala sério. Tudo ganhava um charme com o proibido e minha relação com o “prof” era pra lá de ilegal. Se bem que até o momento, não havia acontecido nada
                Se dependesse de meus pais, nunca aconteceria. Cada vez que eu citava Paolo em casa, minha mãe só faltava reclamar do comportamento dela na diretoria. Parecia que todo mundo sentia que, para mim, ele não era um simples professor.
                Não pude resistir a ideia de me desesperar quando o sinal bateu e Luisa ainda não havia aparecido. Ela não era do tipo que falta na escola. Ainda mais agora que vivia planejando uma vingança ainda maior para a Cecilia. Algo estava errado.
                Corri para o banheiro mais próximo e me tranquei em uma das cabines. Disquei o número de Luh em meu celular e torci para que não caísse na caixa-postal. –Alô?
                -Luh do céu! Como você não está aqui no colégio? Não te contaram o babado que rolou com Fe... – eu estava louca para lhe contar todas as novidades, porém, minha amiga nem, ao menos, me deixou terminar.
                -Eu estou no colégio, Ali. Parada exatamente no lado de fora da diretoria – sua voz era claramente a pior possível. Ela fizera algo horrível. Algo de que poderia não se arrepender, mas que tornaria a vida de outras pessoas bem pior.
                -O que você fez? – eu não era pró-Cecilia, mas não era por esse motivo que iria desejar algo tão ruim para uma colega de turma. Luisa não tinha limites. Nunca tivera e não era eu que conseguiria mudar seus conceitos de ética e moral.
                -Ai! Que tom horrível de se tratar uma amiga – Luh não estava chateada. Ela só queria que eu me sentisse mal por algo que a própria fizera.  Esse sempre era seu plano. Minha melhor amiga gostava de me culpar por seus “crimes”. Mas, de uma forma que até hoje não entendo, nunca me incomodei com aquilo. Acho que Luisa me dava um conforto que ninguém me proporcionava.
                -Desembucha de uma vez, Docinho – ouvi passos no banheiro e temi que fosse uma professora. Nenhuma delas seria tão “gentil” quanto Paolo seria se me encontrasse naquela situação. E encontrar minha BFF na diretoria não estava em meus planos.
                Luisa parecia pensar se iria realmente me contar, o que inicialmente me irritou. Como ela podia ousar esconder algo de mim? – Bem, parece que o romance de Felipe e nossa querida, amada e idolatrada, Cecilia irá sofrer alguns problemas de percurso.
                Não respondi, pois sabia que ainda faltava a última explicação. Luh tinha vários planos para destruir nossa “inimiga mortal”. – Aquela foto que tirei no shopping foi parar misteriosamente na mesa da professora. Agora estou aqui como testemunha contra os dois.
                -Você contra o Felipe? Frente a frente? – era incrível como alguém podia enlouquecer por ciúmes. Ela não via que iria perdê-lo para sempre daquela forma? – Endoideceu de vez?
                Luisa não respondeu. E eu soube imediatamente que a porta da sala da diretora havia sido aberta. O tu-tu-tu costumeiro de ligação acabada invadiu meu telefone, me deixando em meu isolamento no banheiro. Não podia sair da cabine, pois se houvesse algum professor ali, iria perceber que uma aluna estava matando aula. Se fosse para a sala, seria obrigada a esperar na Ala dos Atrasados. Minha melhor opção era ficar ali.
                Então, meu celular vibrou. “Aonde você está, Lili? Eu preciso de você. Aqui. E sem demora  - Fábio”. Mal sabia meu melhor amigo a furada em que havia me metido. Resolvi responder de forma clara: Presa no banheiro. Sem jeito de sair até segunda aula. Bjs, Ali.
                Enquanto digitava, não prestei atenção na sombra que se formava em frente a cabine. Quando o toc-toc ecoou no banheiro, meu coração praticamente pulou do peito. Joguei meu celular correndo na mochila e abri a porta. Felizmente, quem estava ali, me fez sorrir.
                -Pelo visto, temos uma amiga para salvar das garras da diretora – disse Fábio. E nós dois sabíamos que ela não estava apenas em apuros com a autoridade máxima do colégio, mas com seu grande amor: Felipe.
Escrito por StarGirlie.

2 comentários:

  1. Capítulo perfeito!!
    Já estou ansiosa para o próximo!!!
    O que será que irá acontecer com Luísa, Cecília e Felipe... Uuuuum vou ter que esperar até amanhã para saber :D

    Beijos, da sua grande fã
    Larinha Andrade

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    Respostas
    1. Ai que bom, Lara! Amanhã tem muitas novidades ;D Beijinhos, StarGirlie.

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