quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

29º Capítulo de O Beijo da Morte

Vigésimo Nono Capítulo
Bianca


         Anderson estava me segurando. Helena dormia nos braços de Manoela. Era estranho como tudo mudara em tão pouco tempo. E eu sabia de quem era culpa.
         Por que Lilá não fora mais longe? Sua filha estava em perigo exatamente por esse descuido! Como ela pôde cochilar sabendo que a pequena Helena podia morrer? Sei que a mãe estava cansada e tudo mais, mas não podia acreditar como aquilo realmente acontecera.
         -Querida! – Anderson sorriu para uma mulher que permanecia nas sombras. Ela era alta e parecia ser muito magra. Seu cabelo caía em seus ombros e até sobre seu rosto. Mas de forma alguma, parecia com medo. Estava tentando, na verdade, é me amedrontar.
         -Olá, Anderson. Vejo que trouxe as duas. Tem certeza que consegue entregar a sua filha? – sua voz era forte e altiva. Ela deveria ter um rosto duro, mas belo. Como uma perfeita vampira.
         -Você está entregando algo parecido – ele deu risada e Helena se encolheu nos braços de Manu. Percebi ao observar a sala, que Vitória dormia em um sono profundo no canto. Já estava transformada obviamente.
         Helena abriu seus olhos e percebi o quanto a garotinha podia ser parecida comigo. Seu olhar antes de um azul profundo, agora era quase castanho. A transformação da Ners. Quanto mais tempo vivesse, mais parecida com as outras se tornaria.
         Meu pai se afastou de mim e foi se sentar no sofá, ainda sem se aproximar da mulher escondida nas sombras. Eu conseguia sentir seu poder exalando de sua pele. Ela era a mais poderosa dali sem dúvida. Talvez até mais do que eu.
         -Dê-me Helena – disse a mulher e Manu a entregou sem nem hesitar, sabendo que eu não ousaria me aproximar, pois temeria pela vida da criança. O amor podia realmente atrapalhar em uma hora dessas.
         Foi quando senti a pontada em meu peito. Curvei-me em duas e enxerguei minha mãe presa em um calabouço. Havia vampiros em todos os lados. Ela estava encurralada.
         -Ora, parece que a Bianca descobriu o futuro de sua mamãe – debochou a companheira de Anderson saindo de seu esconderijo.
         Arfei. Eu sabia quem era mesmo não sendo apresentada. Ela tinha longos cabelos pretos e seu sorriso era maléfico, mas encantador. Seus olhos eram de um lilás magnífico.
         -Você é a mãe de Lilá – quase engasguei ao constatar que falava com a minha “sogra”. A mulher se aproximou e eu senti um arrepio em minha espinha.
         -Sim. Amélia – ela tocou meu queixo – E eu vou te matar.
         Tudo que aconteceu em seguida foi um borrão. Joguei-me em seu pescoço e puxei seu cabelo. Ela caiu de costas no chão, enquanto Anderson, Manoela e, a recém-acordada, Vitória tentavam me atacar.
         É, tentavam. As mãos dos três cortavam o ar, se esforçando para alcançar meu pescoço. Mas meus poderes de Ners os impediam de conseguir. Eu estava gastando todas minhas forças ao usá-los, mas era necessário.
         Joguei Amélia na parede e corri para o sofá onde Helena estava. Sua luz nos iluminou, enquanto eu saltava pela janela. “Apague-nos” sussurrei em seu ouvido e nos camuflamos na floresta.
          Tentei seguir meus impulsos e imaginei onde minha mãe poderia estar. Eu tinha que salvá-la. E depois fugiríamos dali. Sim, carregando Helena. Lilá saberia aonde nos encontrar.
         Então, a pequena Luges apontou para o sul. Seu dedinho gordinho era tão fofo que dava vontade de apertar. Mas o momento pedia atitudes rápidas e não carinhosas.
         Comecei a correr em disparada e logo encontrei uma pequena cabana. Madi estava no subterrâneo e tinha pouco tempo de vida. Não sabia como ela não usava seus poderes, mas talvez naquele lugar nossas habilidades fossem anuladas.
         -Helena, eu preciso que você se esconda. Fique invisível e não faça nenhum barulho, ok? – pedi mentalmente a bebê. Ela mandou uma pequena mensagem: claro, tia.
         Sorri e a deixei correr, ficando invisível no meio do caminho. Era incrível como ela já adquirira essa habilidade. Me virei para a casa e suspirei. Talvez ali ocorresse minha morte. Mas por minha mãe, eu faria qualquer coisa.
Escrito por StarGirlie.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escrever é expor seus pensamentos...
Coloque um comentário e venha se aventurar também!