segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Epílogo Fofoqueira Fina 3

Epílogo da Terceira Temporada


                Respirei fundo e me olhei no espelho.  Não acreditava que aquilo estivesse realmente acontecendo.
                Passei a mão por meus cabelos, uma última vez, e depois abri a gaveta que estava em minha frente. De lá, peguei uma foto.
                Fora tirada há alguns anos. Percebi isso pelo tamanho infantil de Katherine, que agora tinha treze anos e podia ser considerada qualquer coisa, menos uma criança.
                Vi todos ali, sorrindo. Era Natal, e parecíamos tão felizes. E estávamos, claro.
                Julie, Thiago e Leo estavam em uma ponta da foto. Logo após eles, vinha Olivia e minha afilhada agarrada às suas pernas.  Yuri e Mary estavam ali também, abraçados. Apesar das inúmeras viagens, o Natal era algo sagrado para eles, sendo que sempre retornavam ao lar para a ceia.
                Olhei para Eduardo e Sharon. Lembrei que, naquela noite, eles haviam chegado atrasados. Claro, com tantos trabalhos. Eram, sem dúvidas, os melhores agentes secretos da Terra.
                Monica e Daniel também pareciam felizes. Estavam radiantes, como sempre. O amor deles era tão especial... único. Formavam um lindo casal.
                Minha mãe e meu pai estavam de mãos dadas, sorrindo, comigo logo em seguida.
                Eu os amava tanto. Amava todos, como se fossemos da mesma família.
                E, de certo modo, éramos.
                Passei os dedos pela borda da fotografia. Era tão bom tê-los comigo, sabendo que sempre podia contar com eles. Eram meus amigos, minha vida.
                Guardei a foto novamente em seu lugar. Estava me sentindo um tanto perdida. Queria que estivessem ali, ao meu lado.
                Suspirei e escutei um barulho. Alguém batendo na porta.
                -Tok tok, - disse Olivia, ao abri-la. – você está tão... linda!
                Sorri e corri para abraçá-la.
                -Você veio! – disse, emocionada.
                -E eu perderia de te desejar boa sorte? – falou, fazendo cara feia. Ri.
                -Sabe que não seria nada sem você, não sabe? – disse, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
                -Droga, - disse ela, com uma voz melosa enquanto ainda estávamos grudadas. – odeio abraços. Vou começar a chorar novamente.
                Ri de novo e a soltei. Estava linda também, como sempre. Usava um vestido vermelho e preto, que ela mesma fizera.
                Sim, agora Olivia possuía sua própria marca de roupas - como sempre sonhara. Seu nome era Love Forever.
                Não a culpava por ter escolhido esse nome. Sabia agora que o amor é algo único e eterno.
                Não se ama duas vezes. E ela amara Jake, para sempre.
                Sabia também que, quando estava sozinha, sentada em sua varanda, pensava nele. Quando morávamos juntas, a via chorar. Sofria por não tê-lo por perto.
                E penso que ela foi a minha verdadeira inspiração. Percebi, por meio de suas atitudes, que por amor vale-se a pena lutar.
                E eu estava ali, fazendo aquilo. Lutando.
                -Obrigada, Liv. Por tudo. – sussurrei, e ela concordou.
                -Eu é que devia te agradecer. Você é a melhor amiga que eu poderia querer.
                A abracei novamente.
                -Bem, acho melhor eu ir indo... vamos acabar nos atrasando desse jeito.
                Assenti, mordendo os lábios. Não queria que Liv fosse, e ainda tinha uma pergunta.
                Ela estava prestes a sair, quando eu disse:
                -Liv?
                -Sim? – falou, voltando-se para o cômodo.
                -Acha que eu estou fazendo a coisa certa?
                Ela virou-se para fora, suspirou e continuou quieta.
                -Carol, - disse, claramente. – nunca estive tão certa de que está. Não espere que seja tarde demais. Não cometa mais erros. Alguns são irreversíveis, e outros trazem alegrias. Mas é sempre melhor se alegrar por um acerto, do que por algo que deu errado.
                Sorri, concordando. Ambas sabíamos que ela estava falando do dia em que Jake morrera, e de Katherine. Ela era a vida de Olivia. O pedacinho que Jake lhe deixara.
                Mas minha afilhada nascera de um erro. E Olivia queria tê-la, tanto quanto queria que Jake estivesse ali para vê-la crescer. Sim, ela era uma coisa maravilhosa.
                Uma benção.
                E, ao mesmo tempo, uma ferida, pois, cada vez que a olhava, sentia que Liv via tudo que acontecera. As partes boas, e as ruins também.
                Minha prima retribuiu o sorriso e foi para fora, me deixando com meus próprios pensamentos.
                Naquele momento, eu estava renunciando a muita coisa. E eu tinha total consciência disso.
                Mas não podia fazer mais nada. Era como se aquele fosse meu destino, e eu devia cumpri-lo. Melhor do que isso, eu queria cumpri-lo.
                Fechei os olhos com força, e tudo começou a girar. Vi as cenas se passando, como se tudo fosse um sonho.
                Como se eu estivesse vendo tudo do lado de fora.
                Aquela, naquele vestido e por baixo daquela maquiagem, não era eu.
                Não podia ser.
                As visões que tive foram borradas, mas ao mesmo tempo claras demais.
                Meu pai segurando minha mão. Lágrimas nos olhos de minha mãe. Músicas por todos os lados. Suspiros vindos das garotas. Pétalas de rosa sendo jogadas a minha frente.
                Yuri sorrindo, segurando meu sobrinho no colo; Sharon passando as mãos na barriguinha de cinco meses e sorrindo também; Eduardo piscando protetoramente para mim...
                E tudo estava confuso. Quer dizer, eu estava feliz. Era maravilhoso estar ali... Mas parecia tão irreal.
                Olhei para meu pai. Os poucos minutos em que demorei para fazer minha marcha pareceram durar séculos, milênios.
                Tudo passou por mim. Desde o dia em que eu o conhecera, até aquele momento.
                E eu sorria.
                Por que não?
                Olhei finalmente para frente. E foi então que descobri algo... Até aquele momento, eu imaginava que estava vivendo um sonho. Mas, naquele exato segundo, eu soube. Estava mesmo.
                Nossos olhos se encontraram, e foi como a primeira vez.
                Ele estava lindo, e nada mais importou. Meu pai, minha mãe, meus amigos, minha família... nada. Apenas aquele segundo, aquele encontro de olhares.
                Todas as dúvidas que eu pudera ter desapareceram em segundos.
                Se aquilo fosse errado, então tudo seria.
                Eu o amava intensamente, e sabia que seríamos felizes.
                Estava próxima do altar. Senti meu pai entregar minha mão para ele, mas não desgrudei nossos olhares. Ele fez o mesmo.
                Logo que o toquei, senti algo. Não, eu vi algo.
                Vi nossa vida.
                Vi nosso futuro.
                Vi, naquele olhar, nossos bebês. Sim, teríamos filhos. Não biológicos, claro, mas sim lindos bebês fraternos.
                Vi nossa primeira casa juntos.
                Vi nossas viagens como casal para o exterior.
                Vi nossos netos chegando.
                Vi-me ali, naquele lugar em que minha mãe estava, olhando enquanto ele entregava nossa menina para se casar.
                Vi tudo. Todos os momentos felizes, emocionantes.
                E, por fim, me vi dizendo sim.
                Sim, eu ficaria com ele.
                Sim, eu prometeria amá-lo e respeitá-lo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, até que a morte nos separasse. Se ela fosse capaz, é claro.
                Prometi, e ainda cumpro minhas promessas.
                Pois, desde o minuto em que vi seus olhos, soube: ele era meu, e eu também era dele.
                E, não, este não é fim. Pois a vida nunca acaba. Ela continua, assim como o amor.
                “Somente quando encontramos o amor, é que descobrimos o que nos faltava na vida. – John Ruskin”
                Babi

5 comentários:

  1. Lindo! E a Georgia? Me perdi um pouco na novela, pois não li alguns capítulos...

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  2. Maravilhoso capìtulo, Babi! Me emocionou! E ela morreu, Tatáh. Beijinhos, StarGirlie.

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  3. O.o Como??????????????????? Não podiaaaaaaaaaaa! ~morri tbm~

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  4. ooi foofa♥
    estou meia perdida pois cheguei agora aqui e nao li os outros capítulos kkkkk *-* mas gostei desse, espero ver mais por ai!
    seguindo aqui viu? gostei do seu blog, principalmente do conteúdo e do layout, que são ótimos, e você parece ser muito simpática *o* ficaria muito feliz se retribuísse no meu blog tb. Ele engloba bastante coisa que acho que você vai gostar, como literatura, moda, indicações de sites, e coisas que toda garota adora, claro! Se tiver um tempinho dá uma passadinha lá e me diz o que achou, se gostar e se identificar, siga, que fico muuito grata, sua opinião é muito importante para mim, viu?

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    Bye Bye♥

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  5. Maravilhoso capítulo Babi!!!

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