quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

8° Capítulo de O Beijo da Morte

Oitavo Capítulo
Lilá
        Escutamos os passos tarde demais. Alguém ouvira nossa briga. Inclusive a parte sobre ser humana.
        James já estava longe. Estava irritada com ele, todo aquele papo de amor e coisa e tal. Quer dizer, ele conhecia a garota há o quê? Um dia?
        Sem contar na insistência que tivera pela manhã em ir para aula. Sentia-me péssima. Tudo girava ao meu redor, e cada vez que via alguém, imaginava como poderia sequer ter imaginado, em qualquer momento, em tocá-lo.      
        Encostei-me na parede e fui escorregando para o chão, até que fiquei sentada, com meus próprios pensamentos.  Parecia fazer uma eternidade desde que minha vida estivera normal. Mas, na realidade, fora há apenas dois dias.
        Dois dias que mudaram tudo.
        Escutei passos, mas nem fingi estar bem. Não havia como.
        Uma forma sentou-se ao meu lado e me abraçou.
        Logo que me tocou, senti uma coisa diferente, que lembrava ter sentido há muitos, muitos e muitos anos. Uma coisa que até já esquecera como era, e me surpreendeu.
        Acho que se chamava carinho.
         Após alguns segundos, levantei a cabeça e ele retirou os braços de cima de mim.
        -Karl? – falei, meio perdida.
        -Lilá. – disse, sorrindo. –Acho que isso é um avanço. É a primeira vez que não se afasta ao meu toque.
        Logo que o vida, pensei nos meus olhos roxos. Deveria estar tentando escondê-los. Mas não podia. Não queria. Já estava farta de me esconder.
        -Vai sonhando. – falei, meio sarcástica. Apesar de me sentir meio mal ainda, não havia perdido a personalidade de sempre.
        Ele riu, de uma forma descontraída. Quase tive vontade de rir também, levando em conta que estivera buscando motivos para ficar feliz. Mas não ri. Apenas o observei.
        Depois de algum tempo, ainda não havíamos falado nada um para o outro. Sentia que não era preciso.
        Isso era estranho. Geralmente, quando eu estava perto de alguém, não parava de falar.
        Mas ali, estava simplesmente... bem. 
        Encostei cabeça em seu ombro. Queria sentir novamente aquele toque. Porém, logo que assim fiz, senti um cheiro.
        Cheiro de sangue. Sangue humano.
        E, mesmo sentindo náuseas, lembrei do sabor agridoce que aquilo possuía...
        -Seus olhos são meio roxos, sabia? – disse Karl, fazendo com que meus pensamentos fossem cortados.
        Fiquei meio confusa, sem ação. Mas achei que aquilo poderia ser um elogio. Parecia um elogio.
        -Karl, - falei, depois de alguns minutos. – você é um ótimo...
        Contanto, não encontrei a palavra. Sim, ele significava algo para mim. Mas não sabia descrever aquilo.
        -Acho que você quer dizer “amigo”. – falou ele, sorrindo.
        Concordei, também sorrindo. Talvez a palavra fosse mesmo aquela. Amigo.
        Ele se levantou, e depois me ajudou a fazer o mesmo. Senti que deveria retribuir. Não pelas palavras, mas pelos sentimentos. Era raro ver alguém tão... puro. E aquilo me fez bem. Quase me fez esquecer os problemas.
        Quase.
        O abracei, sem saber ao certo como fazer aquilo. Mas ele logo retribuiu, e eu percebi que estava certa. Era carinho.
        Meu celular começou a apitar, me assustando, e quando o peguei, li uma mensagem de meu pai:
        “Vou almoçar fora. De um jeito de manter Bianca em nossa casa enquanto eu estiver com a mãe dela. August”
        Respirei fundo. A minha tarde seria longa, muito longa.
        By Babi

3 comentários:

  1. Oi, Tem um Meme para vocês lá no meu Blog *-*
    Espero que gostem... Beijinhos ;*

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  2. ADorei o blog e principalmente o nome dele. Já li um livro chamado O Beijo da Morte...bem legal.
    Estou seguindo aqui! Participe do Sorteio do livro o Preço de uma lição. Beijos!http://palomaviricio.blogspot.com

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  3. Star, tô com saudade!! Te amo :)

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