sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

10º Capítulo de O Beijo da Morte

Décimo Capítulo
Lilá

        James levantou de repente. Ambos estávamos na sala, eu lendo alguma coisa, apesar para me distrair, e ele perdido em pensamentos.
        -O que foi? – disse, assim que o vi andar de modo duro para a porta da frente. Meu irmão estava cada dia mais distante.
        -Ela corre perigo.
        Entendi momentaneamente o que ele queria dizer, pois senti também. Uma onda muito forte de medo me contagiou, e tudo que pude ver foi...
        ...”Crepúsculo”!?
        Aquilo não fazia sentido algum. Claro, era um dos meus livros favoritos, mas como podia estar relacionado com Bianca?
        Às vezes, eu ia além de sentir emoções. Às vezes, também via alguma imagem, algo que se remetesse ao sentimento da pessoa em questão.
        Mas isso só havia acontecido duas vezes em minha vida toda. Ou não tão em vida assim.
        A primeira, foi o acidente. Vi neve sendo manchada de sangue, o que não fez sentido algum, já que estávamos na primavera. E, a segunda, foi pouco antes de vomitar, na noite anterior. Vi minha mãe.
        Na hora nem liguei. Era imagens borradas, escuras. Como antigas fotografias. Mas agora percebia, aquele livro significava algo.
        E tudo que pude pensar foi: temos de correr.
        James entrou no carro e malmente esperou que eu fizesse o mesmo.
        Chegamos à biblioteca/livraria em poucos minutos. Aquele foi o único lugar em que imaginei encontrar o livro que há pouco vira.
        Entramos, a luz estava apagada e não vi Manu ali, como era de costume. Estranho.
        Corri para o lugar em que os livros “sobrenaturais” se encontravam. Provavelmente, “Crepúsculo” estava com eles.
        E tive um susto.
        Ali, no chão, estava Bianca. Uma das estantes cobria seu corpo. Ela se virou para mim, e vi um filete de sangue escorrendo de sua testa.
        Sangue humano.
        Mas não houve tempo para pensar nisso. Logo que me olhou, algo estranho aconteceu.
        Esperava ser arrebatada por um sentimento de dor (um dos piores de se sentir), mas, ao contrário disso, não senti absolutamente nada.
        Como se ela já tivesse partido, apesar de seus olhos me olharem com uma vivacidade fantástica.
        Senti meu mundo rodar, e antes de cair, escutei uma voz. Longe, mas mesmo assim, audível.
        “Eu sei o que você é”, disse ela, antes que os braços de James me segurassem.
        Um último pensamento passou pela minha mente.
        Seres como eu não desmaiavam.

        E desmaiei.
By Babi

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