sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cupcakes Mágicos - Vão mudar a sua vida

she's hot like that                A garota passeava pela rua. Estava meio sem ter o que fazer, então não estava indo para um lugar específico.
                Seu nome? Bianca. Mais conhecida como “Eu”.
                Bem, comecei a ficar com fome. Já fazia algum tempo que almoçara, então procurei algum lugar onde pudesse saciá-la. Olhei para os lados e, de repente, dei de cara com uma loja que me atraiu:
                “Cupcakes Mágicos – Vão mudar a sua vida”.
                Confesso, o nome era brega. Mas, de qualquer forma, achei a fachada legal. Tinha um toque especial, e me vi pensando como não vira aquele lugar antes.
                Entrei e uma moça logo me atendeu.
                -Bom dia, senhorita! O que gostaria?
                Olhei uma pequena ficha no balcão. Ali, diversos nomes de cupcakes estavam escritos, bem como suas respectivas fotos. Sem pensar muito, escolhi um dos nomes:
                -Quero o Cuplove, por favor.
                A atendente me olhou com dúvida estampada no rosto.
                -Se eu fosse você, tomaria cuidado. – e saiu.
                Fiquei um pouco assustada, mas não dei muita bola. Gente estranha era o que menos faltava naquela cidade.
                Em poucos minutos, o bolinho foi entregue. Paguei o preço que estava na tabelinha e sai da loja, agradecendo.
                Peguei o cupcake e continuei andando. Logo, cheguei em meu destino: a praça que ficava em frente à minha casa. Gostava de passar as tardes ali, enquanto lia um livro ou via a movimentação.
                Sentei-me em um banco, dei uma mordiscada no meu cupcake e peguei o livro que trazia na bolsa. Hamlet, minha história favorita.
                O livro já estava gasto, já o havia lido centenas de vezes, mas, mesmo assim, me divertia a cada leitura.
                Aproveitei enquanto o lia e comia o cupcake. Era ótimo, com um doce diferente. Suculento, em outras palavras.
                De repente, escutei um barulhinho. Virei-me para o lado, surpresa.
                -Olá! – disse um rapaz, mais ou menos da minha idade, que segurava um cupcake igual ao meu. – Te vi lendo Hamlet. Gosta de Shakespeare?
                -Err... eu... – ponderei sobre sair correndo ou responder a pergunta. Não era exatamente correto falar com estranhos, mas uma pergunta como aquela merecia resposta. Sorri, então, e decidi prosseguir. - ...Adoro!
Take your time to find me                O jovem sorriu também.
                -Bem, então acho que há algo podre no reino da Dinamarca!*
                Ri, me divertindo com o modo como as palavras foram ditas.
                -Bianca, prazer. – falei, estendendo a mão.
                -Pedro, encantado. – respondeu, beijando-a.
                Senti minhas bochechas sendo ruborizadas. Mesmo tendo dezessete anos, manias infantis como essa nunca morrem. O hábito, esse demônio que devora todos os sentimentos.*
                -E este é seu livro favorito? – disse ele, apontando para Hamlet, no meu colo.
                Concordei.
                -Sim, é.
                Ele riu, descontraidamente. Deu uma última mordida no cupcake e eu fiz o mesmo.
                -Da última vez em que me lembro, seu livro favorito era Chapeuzinho Vermelho.
                Engasguei-me com o último pedaço. Como assim da última vez? Nunca sequer o vira. E como ele sabia que meu livro favorito quando criança era Chapeuzinho Vermelho?
                Ele riu novamente, vendo meu espanto.
                -Achei que iria se lembrar. Pense bem.
vela, criança, jovem, bonito, bonito miúdos, os miúdos - a imagem inspiradora sobre Favim.com                Fiquei assustada. Mas, por fim, decidi olhar dentro de seus olhos e investigar. Pareciam familiares.
                -Espera aí! – falei, finalmente. – Você!
                Nem esperei que respondesse. O agarrei num abraço. Aquele era, sem dúvidas, João, meu melhor amigo até os sete anos. Ou, se preferir, João Pedro.
Apesar das diferenças físicas, de ter crescido e tudo mais, os olhos nunca mentem. Aprendi isso da pior maneira.
                -Então você lembrou? – falou ele. – Sabe, estive vindo aqui durante muito tempo. E, sempre que te via lendo, não tinha coragem de me aproximar. Mas quando vi o que estava comendo...
                -Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse?*- ri de mim mesma. - Mas por quê? O que o bolinho te a ver? – perguntei, realmente curiosa. Não conversávamos há dez anos, quando eu mudara de escola, e havia sentido muita falta de ter meu melhor amigo comigo. E agora, ele estava ali. Bem ali!
                -É um Cuplove, da loja da minha família.
Love, Lust, & Romantics.                Sorri, pensando na sensação que tivera ao morder o bolinho.
                Agora, já se fazem dez anos. Mas eu entendo o motivo do Cupcake ser chamado “Cuplove”. Ele me fizera encontrar meu melhor amigo e, atualmente, marido. Ele me unira ao meu verdadeiro amor.
 O conselho da atendente nada mais fora do que um aviso sobre o que ainda estaria por vir. Coisas maravilhosas. Mágicas.
By Babi
*Citações retiradas de Hamlet, Shakespeare.

5 comentários:

  1. Que lindooooooooooooooooooooooooooo!!!!!!!!!

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  2. Eu sempre amo os contos de vocês... Por que será, hein?? Eu sou meio suspeita pra falar kkk

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  3. EU ESTOU AGONIADA!! QUERO LER MAIS POSTS DE VOCÊS!!!

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  4. É impossível, ñ ler o blog de vocês!

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