segunda-feira, 29 de agosto de 2011

13º Capítulo de A Vida Depois do Fim

Décimo Terceiro Capítulo
A Câmara Secreta



            Entrei no banheiro feminino onde a Murta-Que-Geme ainda morava. Abri todas as cabines e sussurrei:
            -Eu estou aqui – água estourou de todos os canos e as pias abriram em uma enxurrada. Em pouco tempo estava totalmente ensopada.
            A fantasma surgiu em minha frente, com seu rosto de choro tão habitual. Sentei-me em alguns ladrilhos e esperei que ela me acompanhasse. E, como sempre, foi isso que aconteceu.
            -O que te traz aqui novamente, Rosa? Problemas escolares ou finalmente do coração? – ela perguntou, sorrindo para mim. Murta sempre dizia que eu era uma grande amiga.
            -Nenhum dos dois, Murta. Meu irmão foi petrificado. Graças àquilo novamente – apontei para a entrada da Câmara Secreta e arfei. A fantasma se aproximou de mim e seu toque, provocou uma onda gelada pelo meu corpo.
            -Pelo menos, ele está vivo, querida – seus dedos pálidos tentaram mexer em meu cabelo, mas aquilo era impossível.
            -Eu sei e... – Mas os próximos podem não sobreviver, sussurrou aquela voz tão assustadora e terrivelmente conhecida, que vinha me atormentando há dias.
             Olhei para as pias e tomei uma decisão. Sabia que era arriscado e que apontaria todas as suspeitas para mim, mas era necessário. Afastei-me de Murta e repeti as palavras daquela voz. A passagem se abriu.
            -Você fala com cobras? – perguntou minha amiga, mas não respondi. Apenas saltei no grande buraco negro.
            Meus pés pousaram numa superfície fofa, que sabia que era peles do basilisco. Ou como Lily descobrira, dos basiliscos. Segui a voz que sussurrava meu nome até chegar à aterrorizante entrada para o templo de Syltherin.
            Porém, se Rowena e o Chapéu Seletor estivessem certos, o que eu acreditava plenamente, aquele era meu lar. De onde desde o início, deveria pertencer.
            Repeti meu nome na linguagem tão aterrorizante da voz e as cobras, que selavam a entrada, se abriram. Deparei-me desde o primeiro momento com os ossos que Harry havia matado e pude perceber que uma presa faltava em sua boca. Orgulhosamente, lembrei-me que meus pais fizeram isso.
            Enquanto me distraí com a beleza macabra que se encontrava a minha frente, reparei que havia uma adolescente escondida em uma das paredes. Ela conversava com alguém. Conversava com a voz.
            -Eu não posso fazer isso. Você sabe disso – disse quem percebi ser Silvia. Apesar do tom frágil, ela continuava tão petulante como antes. Abaixei-me nervosa e me refugiei nas sombras.
            Não houve respostas. A filha de Neville se levantou nervosa e saiu da Câmara, como se aquele fosse um cômodo comum. Apesar de não estar dizendo nada, a Voz parecia não ter partido.
            Quando decidi que deveria ir embora de qualquer jeito, que aquele lugar não era seguro para uma estudante da Grifinória, a Voz sussurrou em meu ouvido.
            -Seu tiozinho Harry ficaria tão feliz pela sua coragem! – não conseguia identificar a quem pertencia aquele som tenebroso – Mas ele estaria sendo enganado. Você não é corajosa. Sabe que a Sonserina é uma de suas Casas.
            -Claro que não – respondi, reunindo todas minhas forças – Eu pertenço a Grifinória!
            -Ah tá. Parece que você não escuta os fundadores não é mesmo? Rowena te avisou. Até mesmo o Chapéu Seletor te disse. E agora você não acredita em mim?
            -O que você quer dizer com isso? Que é Salazar Slytherin? – perguntei, tentando me afastar, mas era impossível.
            -Não irei responder. Vamos testar suas habilidades. Mas antes disso tenho que aplicar-lhe um castigo por seus erros.
            Castigo? O medo vibrava minhas veias e comecei a gritar. Porém, minha voz parou de ser expelida. Aquela Voz estava tirando minhas forças.
            -Sei que você é uma bruxa mestiça, mas há algo que me diz que possui um comportamento de uma sangue-ruim. Deve ser por causa de sua mãe – e então, a dor começou.
            Meu braço foi elevado e uma faca invisível começou a marcar “mudblood” em minha pele, fazendo com que o sangue pingasse sem parar. Lágrimas caíam de meus olhos e meus gritos eram abafados.
            Os cortes pararam, mas a dor continuou. A Voz partiu. Pude sentir aquilo. Porém, eu ainda agoniava no chão repleto de uma mistura de água e sangue de basilisco.
            -Rosa! – gritou alguém que não pude identificar inicialmente. Esta pessoa me ajudou a sentar e ofegou quando viu a grande ferida em meu braço.
            Meus olhos demoraram a se abrir totalmente e deparei-me com Scorpius secando minhas lágrimas. Seu rosto parecia preocupado, mesmo sabendo que tentara matá-lo há tão pouco tempo.
            -O que você está fazendo aqui? – perguntei, lembrando-me que ele teria que saber falar com as cobras para ter adentrado na Câmara Secreta.
            -Felícia me contou que Murta avisou a ela que você estava aqui. E quando vi Silvia saindo do banheiro feminino, fiquei desesperado e tive que vir te salvar.
            -Mas você sabe que não precisava fazer isso. Eu quase te matei! – relembrei.
            -Isso não importa, Rosa. Não agora. E acho melhor voltarmos. A diretora Mcgonagall está te esperando – avisou o jovem Malfoy.
            -Estou encrencada? – perguntei.
            -Nem um pouco – respondeu Scorpius, dando sua risadinha tão característica.
Escrito por StarGirlie.

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