segunda-feira, 25 de julho de 2011

18º Capítulo de Maldade Angelical

Décimo Oitavo Capítulo
Elizabeth
            Minha cabeça latejava, meus olhos lacrimejavam, meu corpo sangrava e eu me sentia morta. A última lembrança que eu tinha era a de Samantha, agora uma fada, usando seus antigos poderes de anjo da morte para nos tirar do sacrifício. Ela havia sido espetacular, mas algo dera errado.
            -Ben? Sam? Rob? Em? – chamei, mas ninguém me respondeu. Eu estava sozinha e à beira da morte. Que ótimo fim.
            O lugar onde meu corpo tentava descansar era uma grande cela antiga, onde há muitos séculos deviam prender os culpados de roubos, assassinatos ou de… Bruxarias.
            Um par de sapatos marrons apareceu em meu raio de visão e escutei uma voz cheia de escárnio dizer:
            -Ora, ora, a nossa bruxinha favorita acordou! – um guarda de aparência rústica estava parado atrás das grades, me observando com olhos ferozes, como se observasse uma comida.
            -Aonde eu estou? – perguntei tremendo de um frio repentino. O homem gargalhou e mostrou as chaves que carregava em sua mão gorda e peluda. Nojento.
            -Você está na Prisão Celestial. Todos os anjos que desobedecem as ordens vêm parar aqui.
            -Mas eu não sou um anjo! – contestei mostrando a ele a marca da borboleta no meu pulso. Ao contrário da dos anjos irresponsáveis, ela tinha adquirido uma coloração vermelha e de tantos em tantos minutos produzia um brilho dourado. Não entendia porque, mas acreditava que era algo relacionado ao meu sangue.
            -Eu sei disso, mas os outros anjos não sabem, então a senhorita vai ficar presa aqui até a dona Ângela e o doutor Damen voltarem – avisou o guarda em tom ameaçador.
            -Opa! Você não é um anjo! Você é humano! O jeito como fala não é nem um pouco celestial, querido! – disse, enquanto retomava minhas forças e me levantava. Ele pareceu tremer, sabendo que como bruxa, os poderes da prisão não me conteriam e eu poderia… Matá-lo.
            -Sou um anjo, sim, bruxa maldita! – gritou o homem se afastando das grades. O medo brilhava nos olhos dele.
            -Não é não, como “bruxa maldita” eu consigo ver sua aura. Você é um humano! – dei uma risadinha perigosa e toquei uma das barras de ferro. Ela queimava todos anjos que tentassem fugir, mas eu não era um deles e podia muito bem fazê-la desaparecer.
            -E eu ser humano mudaria o que? Nada! Você está presa! P-R-E-S-A! – gritou o guarda desesperado, já encostado na parede da caverna. Algumas pedras desabaram com o impacto de seu corpo.
            Concentrei-me em meus poderes e percebi que o ferro derretia aos poucos sob minhas mãos. Os gritos do pobre humano só aumentaram. Porém, ninguém apareceu para socorrê-lo. Aparentemente, estávamos muito distantes dos outros.
            Saí da cela e olhei para o homem quase inconsciente. Ele não tinha mais nenhum traço daquela arrogância inicial, era apenas mais um humano usado pelos anjos.
            -Não me mate, por favor, não me mate, não me mate! Não faça o que Ângela fez com minha filha, eu lhe imploro!
 – soluçava o homem em puro desespero.
            -O que ela fez com sua filha? – perguntei, tentando manter o guarda acordado.
            -Ela a transformou em uma Sepore e deixou que um anjo a matasse – meu coração parou. Não podia ser aquela…
            -Você sabe o nome do anjo que a matou? – perguntei, temerosa.
            -Sim. Robert.
            Um arrepio correu pela minha espinha e eu senti meu mundo desabar. Meu melhor amigo havia matado a filha daquele homem. Ter presenciado o assassinato só tornava minha culpa ainda maior.
            -Desculpe-me, - olhei o crachá feito de ouro do guarda – Henrique, mas preciso partir. Dou-lhe meus pêsames por sua filha. Porém, dou-lhe também a minha palavra de que me vingarei de Ângela e Damen. Eles pagarão por cada morte. Pode ter certeza.
            Procurei a saída mais próxima e disparei porta afora. Só não esperava que no momento que saísse da prisão cairia em uma imensidão azul. Estávamos sobre as nuvens e agora eu caía em alta velocidade em direção ao chão. A minha morte parecia se aproximar cada vez mais rápido de mim. Era meu fim.
Ben
            Eliza estava desaparecida. Desde que Samantha nos salvara do sacrifício, minha namorada não fora mais vista. Aquilo simplesmente me atormentava.
            Quando tentei procurá-la, Sam, que voltara a sua forma bruxa, e Petrus criaram um escudo que me impedia de sair do acampamento que Robert havia conjurado.
            Eu estava preso, sentindo que minha amada estava em perigo, e sem poder fazer nada. Cada vez que fechava meus olhos, podia ver Elizabeth caindo de algum lugar, e, pelo fato, de sermos bruxos, acreditei piamente que aquilo realmente estava acontecendo.
            Usando todas as minhas forças, tentei quebrar a proteção angelical à que estava preso e, surpreendentemente, consegui. As fagulhas de energia me rodearam, mas eu estava livre. E poderia salvar o grande amor da minha vida.
            Corri o mais rápido que pude em direção ao local que via Eliza despencar. Cheguei a tempo de ver um corpo caindo do céu.
            Meu coração parou quando minha namorada caiu em meus braços com a respiração acelerada.
            -Ben? Como você fez isso? – perguntou ela chocada. Porém, eu não respondi, apenas a beijei. Não poderia suportar perdê-la e agora, com seus braços envolvendo meu pescoço, não conseguia resistir à tentação.
            -Não importa como eu fiz isso. Só vi você caindo e não pude suportar a ideia de te perder. Corri o mais rápido que pude para te salvar. Eu te amo, Elizabeth. Não esqueça isso, pelo amor de Deus – sussurrei em seu ouvido e fiquei feliz em vê-la sorrir, beijando-me em seguida.
            Escrito por StarGirlie.

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