quarta-feira, 20 de julho de 2011

13° Capítulo Maldade Angelical

Décimo Terceiro Capítulo
Samantha
(amo essa música!)

Estava sentada na beira de uma montanha, olhando a lua. A noite caíra com tanta intensidade, o céu era negro e estrelado. Os outros haviam ficado no nosso acamamento provisório, mas eu precisava pensar.
            Logo, ouvi passos, e Lizzie sentou-se ao meu lado.
            -O que você acha? – perguntou ela, após alguns minutos.
            -Eu não sei, estou confusa demais.
            Ela acenou com a cabeça. Também se sentia assim.
            -Austin, aquele seu amigo, falou que tem uma teoria. Acho que foi a mais aceitável até agora.
            Virei meu rosto para ela pela primeira vez. Seus olhos estavam marejados, sua maquiagem, um tanto borrada. Ela havia chorado, assim como eu.
            -Ele falou, - ela continuou. – que podemos ser... bruxas.
            -Bruxas? – disse, espantada.
            -Sim.
            -Ai meu Deus. – coloquei as mãos sobre meu rosto e recomecei a chorar.
            Lizzie pôs um braço ao meu redor.
            -Eu sei, Sam, está sendo difícil pra mim também. Quer dizer, Ben percebeu que eu sou, ou pelo menos era, imortal. E se ele morrer? E se eu continuar viva? Não sei se vou suportar.
            Parei de chorar e limpei meus olhos.
            -Não tinha pensado nisso, mas é outra coisa que me assusta.
            -O quê?
            -Você tem praticamente total controle dos seus poderes, eu não.
            -Mas...
            -Não, espere. Não ligo para isso, mas eu tenho medo de tentar algo a mais com Petrus e acabar machucando-o. Estamos distantes, Lizzie, e eu não quero isso.
            Minha irmã balançou a cabeça afirmativamente.
            -Entendi. Mas se você o ama, e ele te ama também, isso nunca vai impedir que fiquem juntos. Se quiser, posso te ajudar a controlar seus poderes. Acho que eu talvez consiga controlá-los melhor porque fui “treinada”desde sempre, ao contrário de você.
            -Você faria isso? – perguntei, ainda sensível.
            -Mas é claro! Eu sou sua irmã, lembra?
            Ri um pouco, assim como ela.
            -Obrigada Liz, mas acho melhor voltarmos. Devem estar preocupados conosco.
            Ela concordou e voltamos para o acampamento.
            Logo que Elizabeth chegou, viu Ben e lhe surpreendeu com um beijo. Os dois riam e se abraçaram. Já eu, quando vi Petrus, senti um aperto no coração. Ele estava sozinho em um canto. Para ele, estava sendo difícil se socializar, mas mesmo assim se sacrificava, por mim.
            Fui ao seu encontro e sentei ao seu lado.
            -Sabe Sam, te vi dançar naquela noite. Na noite em que nos conhecemos.
            -Viu? – disse, um tanto envergonhada.
            -Sim. Você dança muito bem.
            Corei.
            -Obrigada.
            Passaram alguns segundos até que ele voltou a falar.
            -Dançaria comigo?
            Fui pega de surpresa pela pergunta. Meu namorado nunca me dissera que sabia dançar, e eu não esperava que soubesse.
            Petrus me estendeu a mão, eu sorri e aceitei-a. Levantamos.
            -Mas sem música?
            -Não, mas é claro que não. Não ouve a melodia?
            Aos poucos, comecei a escutar os grilos, os pássaros, o rio que corria ali perto. E nisso, fomos dançando.
            Todos pararam para nos olhar. De repente, Lizzie e Ben começaram também, assim como Tyle e Júniper.
            Devo confessar que dançavam bem pior do que nós, mas foi muito divertido.
            Quando me dei conta, Robert e Dana dançavam juntos, assim como Emma e Austin.
            Tudo bem que a cara do primeiro casal estava idêntica, pareciam estar odiando aquele momento, mas meu melhor amigo e Emma pareçam até se divertir.
            Ficamos dançando por um longo tempo, até que cansamos e decidimos dormir.
            -Boa noite. – falei e entrei na primeira barraca que encontrei (haviam várias no gramado, materializadas por um dos anjos, imaginei).
            Deitei e Petrus me seguiu.
            Ele virou-se olhando para mim assim que tocou o macio da coberta estendida.
            -Você é tão linda.
            Suspirei.
            -Petrus, desculpe. – falei, desabafando.
            -Pelo quê? Por me fazer ser um bobo apaixonado? Por me fazer sonhar todo dia com você? Por não conseguir pensar direito quando estou perto de você? Ou por que meu deu uma família?
            -Não. Você tinha uma família.
            Ele balançou a cabeça.
            -Não. Eu nunca te disse, mas sou órfão. Eu morava em um orfanato. Nunca tive uma família de verdade.
            Silenciei-me por algum tempo.
            -Eu não sabia. – sussurrei, e ele assentiu.
            -Você foi a melhor coisa que me aconteceu, Sam. Eu que lhe devo desculpas por ser um humano tão falho.
            -Não, você é perfeito, e eu te amo.
            Dizendo isso, me virei e encaixei nele, deitando de “conchinha”.
            -Durma com os anjos, Sam.
            -Não sei se é uma boa ideia... – disse, e logo adormeci.
            By Babi

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