segunda-feira, 18 de julho de 2011

11° Capítulo Maldade Angelical

Décimo Primeiro Capítulo
Samantha


-Para onde acha que ela foi? Ela pode estar com Ben, ele disse que ia fazer um passeio e não voltou... – perguntou-me Petrus.
Eu ainda estava ajoelhado ao lado do rio e chorava muito. Pelo menos meu namorado me abraçava. Fora tudo tão... estranho. Quer dizer, primeiro eu vejo minha irmã se matar, depois eu descubro que é um poder “novo” e logo após isso, ela afunda o melhor amigo e saí correndo. Mas apesar de tudo, eu a compreendi como ninguém.
-E você tem a capacidade de “achar” alguma coisa, humano? – falou Austin, me assustando.
Pois é, o clima entre os dois não andava muito bom. Austin sempre fora legal com humanos, mas agora...
Dana até que aceitou bem. Pelo menos ela ainda não matou meu namorado...
De repente, uma forte dor atingiu minha cabeça. Caí nos braços de Petrus, desmaiada. Ainda tive tempo de ouvir os gritos de Austin, mas eu já passara por aquilo antes.
Os sonhos foram rápidos e aleatórios. Vi lágrimas nos olhos azuis de Elizabeth, vi dor nos olhos de Ben e vi alegria nos olhos de alguém que não consegui identificar quem era. Um grito ecoou por minha mente e vi o lugar escuro mais claramente. Lizzie acabara de ver o que acontecera com o namorado e estava gritando.
Uma forte luz roxa saiu dos dedos de minha irmã em direção à alguém que gargalhava. Ouvi um grito de Ben e um baque no chão. Mas haviam muitos outros...
-Lizzie!
Acordei gritando. Eu sabia onde minha irmã estava, eu sabia que ela não conseguiria sozinha.
-Onde ela está? – disse ríspido Robert.
Logo tomei conhecimento que estava no colo de Austin. Pulei para fora e fiquei de pé.
-Está numa caverna da floresta, Ben foi pego. Tem muitos, muitos anjos, mas acho que nem Ângela nem Damon estão lá.
Emma assentiu e eu segurei na mão de Petrus, me desvencilhando de Austin. Juntos, começamos a correr. Seria tão bom se eu conseguisse me transfigurar dessa vez...
Mas isso não aconteceu, e tivemos, todos, que ir à pé.
Depois de cinco minutos correndo, senti algo diferente. Virei meu corpo para a direita e soube:
-Ela está ali.
Apontei para uma pequena falha na rocha da montanha, uma caverna onde eu sabia que minha irmã estava lutando.
Robert foi o primeiro a correr. Ele voou para a abertura, e logo foi acompanhado de Emma. Austin levou os que restaram no chão para cima falando um encantamento.
Logo que entrei na caverna, vi clarões por todo lado. Um anjo lindo se aproximou de mim e comecei a lutar com ele, fazendo de tudo para manter minhas mãos com fogo.
Quando finalmente derrotei a criatura, comecei a correr para o interior da cena, brigando com cada um que apareceu.
Chegando mais ou menos no meio da caverna, vi Lizzie e Robert lutando juntos contra um anjo enorme. A garota parecia acabada, e quando o amigo disse que conseguia cuidar do grandalhão sozinho, a vi correndo para um canto mais obscuro da caverna e cair ao chão.
            Fui até ela.
            Quando me aproximei, vi Ben caído ao chão. Senti algo bater em meus ombros e soube que Petrus estava comigo.
            Juntos, nos abaixamos e eu passei a mão pelo ombro de Lizzie, que chorava muito.
            Consegui ver a silhueta do garoto caído. Seu roto estava pálido e não sabia se ainda respirava.
            -Ele morreu? – disse Petrus, chocado.
            Ela balançou a cabeça positivamente.
             Comecei a chorar, assim como Petrus. Minha irmã chorava por perder o amor de sua vida. Eu, por vê-la sofrer tanto, e Petrus, por perder o melhor amigo.
            Passaram-se alguns minutos até que eu percebesse que ninguém mais lutava, todos estavam ali, nos observando. Pelo que pude entender, derrotaram os anjos que foram mandados.
            Olhei para o rosto do menino no chão mais uma vez e imaginei-o sendo meu namorado. Uma tristeza muito grande invadiu meu coração, e eu senti que não agüentaria viver sem a minha família que há pouco reencontrara.
            Lizzie deitou-se com a cabeça no peito do namorado e chorou muito alto.
            De repente, os olhos de Ben se abriram. Ele começou, lentamente, a respirar. Lizzie parou de chorar e cambaleou para trás.
            -Mas... como? Você não tinha pulsação...
            -Foi a Sam. – cortou Austin. – O poder divino de Ressurreição. 
            Elizabeth olhou para mim, surpresa, e vi um enorme sorriso crescer em seu rosto. Ela me abraçou e começou a se controlar, apesar de agora estar chorando de uma forma diferente. Juntas, dividimos lágrimas.
            Levantamos depois de algum tempo e pude ver que todos choravam. Dana estava encostada em Austin, e pela primeira vez eu vi uma lágrima cair de seus olhos. Emma e Robert estavam de mãos dadas, auxiliando Ben a se levantar. Petrus segurava minha mão, me ajudando também.
            Assim, Lizzie foi até Ben e os dois se beijaram intensamente.
         
   Começamos a sair da caverna para deixar os dois sozinhos.
            -Sam, nos últimos dias não tenho conseguido falar muito com você. – disse Petrus, quando saímos da caverna e começamos a adentrar a mata.
            -Eu sei. – confessei.
            -Mas você sabe que eu te amo, não é?
            Larguei a mão de meu namorado e virei-me de modo a ficar de frente para ele.
            -Sim, eternamente.
         Ele beijou minha cabeça, paternalmente. Eu soube que esse fora o maior prova de carinho que ele conseguira me dar.
            By Babi

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escrever é expor seus pensamentos...
Coloque um comentário e venha se aventurar também!