domingo, 22 de maio de 2011

19º Capítulo de Fofoqueira Fina 2

                Enquanto a desgraça acontecia em São Paulo, Hevangeline estava em uma festa em Curitiba. Não se comunicava com seus amigos desde que Cabe aparecera em sua casa ameaçando revelar seu plano para separar o ex-casal Daniel e Monica. Aquilo a amedrontara tanto que apenas avisou Bella de que nada deveria ser comentado e partiu para sua cidade natal.
                Hevangeline dançava junto a um lindo garoto na pista de dança, quando percebeu que seu celular estava vibrando.  Afastando-se de seu par, a adolescente foi atender seu celular em um canto mais silencioso.
                -Alô? – ela também foi obrigada a tampar os ouvidos para escutar a voz da pessoa do outro da linha.
                -Heva, você precisa voltar.  Agora. – era a voz de Erik. Ele parecia morto. Sua voz não tinha emoção nenhuma. Era como se a dor fosse tanta que nem queria pensar.
                -O que aconteceu? – Hevangeline perguntou enquanto saía da festa. Ainda não iria para São Paulo, não antes de ouvir o que seu amigo tinha a dizer.
                -Luna sofreu um acidente de carro. David e Monica a levaram para o hospital. Porém, Spencer a estava esperando e tentou violentá-la. Sorte que ele é sádico o suficiente para torturá-la antes. O tempo suficiente para Gabriel chegar e salvá-la desse trauma – apesar da situação, Erik ainda tinha certo ciúme por não ser o herói.
                -Ai, não! Vou pegar o próximo vôo. Avisem a Luna que estou indo para aí – a melhor amiga desligou o telefone e chamou um táxi. Ela tinha que chegar o mais rápido possível até São Paulo. Nada podia atingir a garota que ela considerava uma irmã.
                Além disso, Hevangeline se sentia um pouco culpada. Se estivesse junto a sua amiga, talvez ela nunca tivesse sofrido o acidente de carro e Spencer não teria tentado machucá-la. O medo de ser pega a havia tornado uma covarde. A atração que sentia por Daniel estava destruindo sua honestidade. Sua amizade com Monica.
                Chegando ao aeroporto, Hevangeline comprou uma passagem para o primeiro vôo para São Paulo, mas ele só saía em duas horas. O que lhe dava muito tempo para pensar sobre suas ações. Aquilo não era seu maior desejo, só que desta vez não havia outra opção. Sentou-se em uma das cadeiras do aeroporto e procurou um número em seu celular. O de Daniel.
                -Dan?
                -Hevangeline? – a voz de sua paixão parecia estar desgastada. Como se tivesse chorado.
                -Sim.
                -O que houve?
                -Eu precisava falar com você.
                -Ah. Ainda bem que eu estou apenas a uns dez metros de você.
                -Eu não estou em São Paulo.
                -Nem eu – concordou Daniel. Hevangeline virou-se e o viu no fundo da sala. Ele estava com o cabelo loiro bagunçado, usava um casaco xadrez, parecendo que sentia frio. É claro, o clima de São Paulo é bem mais quente do que o de Curitiba.
                Daniel não correu para abraçá-la, nem ela fez o mesmo. Ele não a amava. E Hevangeline sabia disso. O que só partia ainda mais seu coração. E a deixava com mais raiva de Monica. Ela tinha esse amor e ainda o havia traído com David. Sim, ela lera tudo em meu site. Ou quase tudo já que não sabia da parte de Luna.
                O garoto que provocava borboletas em seu estômago se sentou ao seu lado. Seus olhos estavam vermelhos, suas bochechas um pouco coradas. Ele estava sofrendo muito. Sofrendo por Monica.
                -Eu soube sobre Mon. Sinto muito – Hevangeline tentou segurar a mão de Daniel, mas ele a afastou.
                -Não sinta. Ela cometeu um erro. Apenas isso – ele parecia um robô dizendo aquelas palavras, tentando não demonstrar o quanto aquilo parecia uma mentira.
                -Quer dizer que você a perdoou? ?- Hevangeline estava chocada. Monica o traía e ele ainda a amava?
                -Heva, eu a amo. Estou chateado, isso é óbvio, mas não importa o que ela fez. Eu sei que Mon me ama também – seus olhos brilharam com lágrimas que ele não queria que caíssem.
                -Mas ela beijou David! – a melhor amiga de Luna já estava ficando irritada.
                -Ela deu um selinho em David – corrigiu Daniel – Além do mais, eu pude ver nos olhos dela o quanto estava arrependida. Ela estava confusa. Com ciúmes. Com medo que eu estivesse a traindo. E David estava lá, se declarando. Eu entendo que tudo foi um erro.
                -Mas você está confuso sobre seus sentimentos por Monica?
                -Nem um pouco. Desde o primeiro momento eu a amei. Só ela ocupou meu coração. Nem Luna, nem Jane, nem Natalie, nem ninguém.  Monica é, e desde que a conheci, o meu grande amor.
                Aquilo cortou o coração de Hevangeline. Ela nem havia sido inclusa na lista de garotas que tentaram conquistá-lo. Não era nada para ele. Só uma amiga. Mais uma amiga, já que Julie era sua melhor amiga.
                -Eu não suporto mais isso. Daniel, já chega – Hevangeline se levantou. Iria esperar o avião em outro lugar.
                -O que eu fiz, Heva? – Daniel se levantou também.
                -Você a amou, Dan. Foi isso. O tempo todo. E quer saber a verdade? Eu acho que estou apaixonada por você. Mas isso não importa. Eu sei que não.
                Hevangeline se afastou, Daniel permaneceu em silêncio, parado no lugar onde estivera, até que ela ouviu o barulho dos tênis dele se aproximando.
                -Heva, espera – Daniel segurou sua mão, mas no momento em que ela se virou, ele a soltou.
                -O quê?
                -Desculpe-me. Eu queria sentir o mesmo.
                -Mas não sente. E só isso é importante – Hevangeline estava tentando não chorar. Por sorte, o avião já estava quase pronto.
                -Deve haver alguém que você ame…
                -Havia, mas ele também amava outra pessoa – completou a garota sentindo toda a dor do passado voltando para seu coração – O Erik.
                -Ele? Mas o Erik é o namorado da Luna.
                -E você é o namorado da Monica. Estou as traindo, eu sei – Hevangeline estava começando a sentir culpa, quando percebeu algo muito estranho. O que Daniel estava fazendo em Curitiba?
                -Espera aí! O que você está fazendo aqui?
                -Em Curitiba?
                -Sim.
                -Eu precisava ficar longe de Monica e David. Tinha que recuperar minha confiança nela. E só precisava de algumas horas distante para isso. Estou voltando para São Paulo no próximo avião.
                Ai não. Heva se desesperou. Ele não podia viajar no mesmo avião que ela. Não suportaria ouvir mais sobre Monica. Sobre seu amor por ela. Pensou em Luna. Em sua amiga sofrendo no hospital. Repleta de traumas. Tomou uma decisão:
                -Daniel, a gente se vê depois. Eu vou viajar de ônibus. Aproveite o vôo.
                Ele nem teve tempo para responder. Hevangeline saiu correndo em seus saltos altos e desapareceu no meio da multidão. Só que ao contrário do que aconteceria com Monica, Daniel não sentiu vontade de ir atrás, ele sabia que era à hora dela se afastar.
                Enquanto esse momento de rejeição acontecia entre Hevangeline e Daniel, em São Paulo as coisas estavam mais complicadas. Erik, Gabriel e David tentavam acalmar Luna, explicando que o pior não havia acontecido. Porém, ela não acreditava. Dizia que se sentia usada, e que uma tortura não provocaria isso.
                Eles decidiram chamar Monica, Julie e Bella para que elas tentassem acalmar a amiga. Luna não acreditava na palavra das últimas, mas a voz de sua antiga inimiga causava-lhe muita paz. Foi necessário que todos saíssem do quarto, deixando as duas sozinhas.
                Monica se sentou na beirada da cama do hospital. Com um cuidado imenso, afagou o cabelo de Luna, mexendo nas ondulações loiras e tentando afastar as lembranças ruins da mente de sua amiga. Era impossível, ela sabia disso, mas não custava tentar.
                -Sabe, Lu? Eu nunca contei isso pra ninguém. Você deve imaginar que Spencer violentou, ou teve um caso, com Natalie e Jane. Isso é verdade. Só que ninguém sabe que eu fui perseguida por ele, antes de tudo.
                -Ele te machucou, Monica? – Luna ficou desesperada.
                -Não, nem perto disso. Só que eu cometi o pior erro da minha vida.
                -Qual?
                -Tentando me proteger de um de seus ataques, como o de hoje, eu fugi para uma sala de fogos de artifício. No momento, em que ele tentou me tocar, caí sobre uma caixa, fazendo com que Spencer tropeçasse e atingisse um botão que acionava alguns dos fogos. Havia duas pessoas na mira deles. Uma delas era Anne, mas ela conseguiu fugir empurrando a outra. E esta morreu.
                -Mas você não teve culpa de nada.
                -Só que não consigo me convencer disso.
                -Por quê?
                -Porque a vítima foi seu pai.
                O rosto de Luna ficou vermelho. As lágrimas caíram de seus olhos. Nem Monica, nem Anne mataram seu pai. O culpado sempre fora o pior. E ele ia pagar. Spencer ia sofrer. E nas mãos dela.
                “H se declarou para D. M revelou seu grande segredo para L. S está na mira do ódio de L. Será o fim deste monstro? – Fofoqueira Fina”
Escrito por StarGirlie.

Um comentário:

  1. noooooossa! essa novela tá q tá, hein?! ah, vc poderia fazer um blog pra FF falando sobre os personagens, sobre oq acontece...q nem vc falou na novela!!
    bjokas,
    Tatáh

    ResponderExcluir

Escrever é expor seus pensamentos...
Coloque um comentário e venha se aventurar também!